Lago Guaíba em Porto Alegre

O lago Guaíba, também conhecido como rio Guaíba, é uma grande bacia de sedimentação no qual a cidade Porto Alegre está histórica e culturalmente ligada, desde a chegada dos primeiros casais açorianos até o atual desenvolvimento econômico da região.

Foi, e ainda é, considerado por muitos, um rio; porém, após criterioso estudo envolvendo técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de universidades norte-americanas, foi classificado como um grande lago.

O Guaíba é um ecossistema que sustenta uma rica biodiversidade, onde interagem diversas espécies vegetais e animais, que dependem de sua boa qualidade e preservação.

Sua bacia hidrográfica abrange uma área de 85 950 quilômetros quadrados, equivalente a trinta por cento do território gaúcho. Nela, estão situados os núcleos industriais mais importantes do estado, concentrando dois terços da produção industrial do Rio Grande do Sul os centros urbanos mais populosos, onde vive setenta por cento da população do estado.

Na orla do Guaíba, encontram-se diversos pontos referenciais de Porto Alegre, tais como o Cais do Porto, a Usina do Gasômetro, a Avenida Beira-Rio (muito usada para esportes), o Anfiteatro Pôr do Sol, as ruínas do Estaleiro Só, o Iate Clube Guaíba, o Sava Clube, o Veleiros do Sul, o Clube dos Jangadeiros, entre outros.

A Travessia Régis Bittencourt é um conjunto de 4 pontes que o cruza, ligando a capital à porção sul do estado.

No mês de outubro de 2015, o Guaíba atingiu o nível mais alto em 74 anos, quando chegou a 2,93 metros e quebrou o recorde estabelecido em 1967. A alta do lago causou alagamentos em diversos pontos em seu entorno e forçou o fechamento das quatorze comportas construídas para contê-lo. A cheia foi causada pelo alto nível pluviométrico registrado em 2015, devido à ação do fenômeno El Niño. As chuvas seguidas encheram os rios que desaguam no Guaíba: o Jacuí, o Taquari, o Caí, o Rio dos Sinos e o Gravataí.

Limpeza

Com a implantação do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), em um prazo de 20 anos (a contar de 2007), as águas do Guaíba serão balneáveis novamente. A obra, uma das mais significativas da história de Porto Alegre, promoverá uma mudança muito importante para a população, garantindo melhores condições de moradia, saneamento e empregabilidade para mais de 700 mil pessoas. As negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, principal financiador do projeto, começaram em 2000 e finalmente começam a produzir resultados concretos.

O Guíba é um lago

Em 1820, quando o cientista francês Auguste de Saint-Hilaire avistou o Guaíba, não teve dúvidas em anotar em seu diário que se tratava de um lago. Os moradores da época chamavam-no de "Lago de Viamão" ou, também, "Lago de Porto Alegre", denominações existentes desde o século XVIII. A análise de mapas históricos da região costeira do Rio Grande do Sul mostra que, durante o século XVIII e início do XIX, "Rio Guaíba" era a designação do segmento final do atual Rio Jacuí, compreendido entre a foz do Rio Taquari e as ilhas do delta. Se "Guaíba", em tupi-guarani, significa o “encontro das águas”, de fato é para esse segmento que as águas de quatro rios afluem e convergem. O Guaíba é um lago, pois:

1. Os rios que nele desembocam formam um delta. Este tipo de depósito sedimentar ocorre quando um volume de água confinado por canais encontra-se com um grande corpo de água. O rápido desconfinamento do fluxo de água causa a descarga do material arenoso e argiloso que estava sendo carregado pelos rios. Este processo origina a formação de ilhas que vão sendo recortadas por canais sinuosos chamados de distributários. Ao longo do tempo, as ilhas crescem em direção ao lago. Os canais distributários podem se fechar e novos podem se abrir, conectando ou separando as ilhas. A Ilha das Flores, por exemplo, era formada pela antiga Ilha do Quilombo, na porção norte, a qual era separada da porção sul por um canal, chamado de Quilombo, que hoje está ainda se fechando;

2. cerca de 85% da água do Guaíba fica retida no reservatório por um grande período de tempo. Esse fator é fundamental para a compreensão do modelo ambiental do município e da região hidrográfica, implicando diagnósticos ambientais e diretrizes de controle de efluentes poluidores mais acurados;

3. o escoamento da água é bidimensional, formando áreas com velocidades diferenciadas, típico de um lago;

4. os depósitos sedimentares das margens possuem geometria e estrutura características de sistema lacustre;

5. a vegetação da margem é de matas de restinga, identificadoras de cordões arenosos lacustres oceânicos.

 



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