Colégio Militar de Porto Alegre

O Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) foi criado pelo Decreto nº 9.397, de 28 de fevereiro de 1912, sendo Presidente da República o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca e Ministro da Guerra o General-de-Divisão Adolfo da Fontoura Menna Barreto.

Seu aniversário é comemorado em 22 de março, data em que houve a primeira aula.

Colégio Militar De Porto Alegre

O portentoso prédio em que funciona faz parte do patrimônio histórico da cidade de Porto Alegre desde sua fundação em 1872.

A bela arquitetura que o caracteriza, onde predomina o estilo neoclássico, mudou a “fisionomia” da várzea onde foi construído, criando um espaço onde questões ligadas ao ensino e à vida da cidade, do Estado e do Brasil foram intensamente vividas por aqueles que circulavam pelas arcadas do “Velho Casarão da Várzea”.

O torreão existente sobre o Salão Nobre do CMPA é chamado de torre-lanterna, ou simplesmente de lanterna, tendo sido colocado para simbolizar “a lanterna do saber com que os antigos Mestres conduziam seus discípulos pelas trevas da ignorância”. A iluminação colocada em fins de 2006, ressaltando a lanterna, os deuses e a Bandeira Nacional, tornou-se um espetáculo noturno na cidade.

Várias instituições de ensino funcionaram no edifício da atual avenida José Bonifácio: a Escola Militar da Província do RS (1883-88), a Escola Militar do Rio Grande do Sul (1889-1898), a Escola Preparatória e de Táctica (1898 e 1903-05), a Escola de Guerra (1906-11), o Colégio Militar de Porto Alegre (1912-1938), a Escola Preparatória de Porto Alegre (1939-61) e, novamente, o Colégio Militar de Porto Alegre, desde 1962.

É necessário esclarecer que as origens da Escola Militar remontam ao ano de 1851, quando foi criado o Curso de Infantaria e Cavalaria da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Esta escola passou por várias denominações e sedes provisórias, até se fixar no local então conhecido como Várzea, Campos da Várzea, Várzea do Portão ou Potreiro da Várzea.

Durante essas várias fases, a contribuição de alunos e professores à comunidade rio-grandense foi intensa. Dos primórdios da antiga Escola Militar até o ano de 1911, pode-se destacar a atuação de várias personagens dessa instituição nas mais diferentes áreas.

Nas décadas de 70 e 80 do século XIX, alunos, professores e instrutores da Escola Militar, direta ou indiretamente tiveram participação ativa em questões ligadas à abolição da escravatura e à proclamação da república. Entre estes, mencionam-se: os então Mal. José Antônio Correia da Câmara (redator da Lei Áurea), Cel. Fernando Setembrino de Carvalho, Cel. José Simeão de Oliveira, Cel. Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira, Ten. Cel. Joaquim de Sales Torres Homem, Maj. Ernesto Augusto da Cunha Matos, Maj. Frederico Solon de Sampaio Ribeiro e Cap. Antônio Adolfo da Fontoura Menna Barreto.

Professores da Escola Militar como Antônio Augusto de Arruda, Henrique Martins e Lannes de Lima Costa foram precursores na publicação de livros didáticos de suas disciplinas, na década de oitenta do século XIX.

Também na área da educação, é impossível deixar de mencionar a relevante atuação do capitão João José Pereira Parobé, professor da Escola Militar do Rio Grande do Sul. Além de ter sido deputado estadual e secretário de Obras do Rio Grande do Sul, esteve diretamente ligado à fundação da Escola de Engenharia em 1896, precursora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da qual foi diretor por dezessete anos. O Cap. Parobé também foi o fundador do Colégio Júlio de Castilhos, da escola técnica que hoje leva seu nome e de vários dos institutos da atual UFRGS. Por sua enorme colaboração para a educação do Rio Grande do Sul, Parobé constitui-se, sem dúvida, no maior expoente gaúcho nessa área.

Da Escola Militar do Rio Grande do Sul também saíram, em 1896, os cinco tenentes professores que fundaram a Escola de Engenharia. De maneira semelhante, o primeiro reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) (anteriormente também reitor da UFRGS), Armando Pereira da Câmara, foi aluno do CMPA.

Ainda no campo da Educação, é lícito ressaltar que a Escola Militar foi o primeiro curso de ensino superior do Estado e que contribui de forma decisiva, através de seus fundadores e primeiros professores, para a criação e a evolução da UFRGS.

Nos campos do tradicionalismo e da etnografia, é notória a participação do Major João Cezimbra Jacques, instrutor da Escola Militar, idealizador e fundador do Grêmio Gaúcho em 1898, primeira entidade destinada ao estudo e ao culto das tradições rio-grandenses, motivo pelo qual foi consagrado como Patrono do Tradicionalismo Gaúcho. Cezimbra Jacques, autor de dezesseis livros que variaram entre a etnografia, antropologia, política e lingüística, produziu, ainda em 1883, a obra “Ensaio sobre os Costumes do Rio Grande do Sul”, estudo pioneiro sobre o assunto e base fundamental para aqueles que se dedicam a hoje estudar e pesquisar a etnografia gaúcha.





É com orgulho, pois, que o Casarão da Várzea reivindica ser o berço do movimento tradicionalista gaúcho (MTG). Para continuar o culto às tradições gaúchas e honrar a memória do Maj. João Cezimbra Jacques, em 1985, sob a inspiração do então Capitão e tradicionalista Ivo Benfatto, foi fundado o CTG Potreiro da Várzea.

Também deve ser lembrado o primeiro tenente Otávio Francisco da Rocha, outro aluno e professor da Escola Militar que se destacou na administração pública como intendente de Porto Alegre, sendo dele os primeiros trabalhos de urbanização do Parque Farroupilha.

Pelas centenárias arcadas do Velho Casarão da Várzea transitaram, como alunos, oficiais ou praças, sete presidentes da república (Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, Humberto de Alencar Castelo Branco, Artur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista de Oliveira Figueiredo), o que o fez ser alcunhado como “Colégio dos Presidentes”, além de um primeiro-ministro (Francisco de Paula Brochado da Rocha), um vice-presidente (Adalberto Pereira dos Santos), vários heróis militares brasileiros (Mal. Câmara, Gen. Setembrino de Carvalho, Brig. Nero Moura, Mal. José Pessoa, Mal. Bittencourt, Cel. José Plácido de Castro, Mal. Mascarenhas de Morais, Gen. Góis Monteiro, Mal João N. M. Mallet, Gen. Paula Cidade, Brig. Gomes Jardim, Mal. Valentim Benício, Mal. Mário Travassos e outros), vários ministros, governadores e ocupantes de outros altos cargos políticos, um elevado número de oficiais-generais e outros militares de destaque, eminências da vida civil em todos os campos do conhecimento, como o poeta Mário Quintana, o artista plástico Vasco Prado, o escritor e advogado Darcy Pereira de Azambuja, o reitor da UFRGS José Carlos Ferraz Hennemann e o presidente da Intel Brasil Oscar Vaz Clarke, entre outros destacadas personalidades.

É relevante ressaltar que a primeira publicação das poesias de Mário Quintana e das gravuras de Vasco Prado foram feitas em 1922 e 1933, respectivamente, nas páginas da Hyloea, revista literária fundada em 1922 pelos alunos integrantes da então Sociedade Cívica e Literária e até hoje publicada pelo CMPA.

Foi igualmente importante a contribuição da Escola Militar na vida cultural da cidade, por intermédio da circulação de revistas e pequenos jornais de estudantes, como “A Luz”, “Ocidente”, “A Cruzada” e, a mais importante delas, a “Hyloea” (ou Hiléia).

Além de estar vinculado umbilicalmente à fundação da UFRGS e do culto às tradições gaúchas, o Casarão da Várzea tem seu nome ligado também ao nascimento do futebol e do ensino esportivo no RS. Em 1910, quando da criação da Liga de Futebol de Porto Alegre, o primeiro campeão da cidade foi o Militar Foot Ball Club, time dos alunos da Escola de Guerra, então sediada no Casarão da Várzea. Foi contra este mesmo time que o Sport Club Internacional obteve sua primeira vitória em 1909. Extinto em 1913, os jogadores do Militar foram ajudar a fundar o Esporte Clube Cruzeiro. Este clube foi campeão da cidade em 1918, 1921 e 1929 (quando obteve também seu único título gaúcho), jogando com um time misto, composto por alunos da UFRGS e do CMPA.

O Estádio Ramiro Souto, hoje situado no lado norte do Parque Farroupilha, foi construído em 1936 pelo CMPA, aproveitando instalações da Exposição Farroupilha de 1935. Esse estádio, com capacidade para cinco mil pessoas sentadas, era considerado o maior do Rio Grande do Sul e se situava onde está hoje o Monumento à Força Expedicionária Brasileira, dispondo inclusive de piscina para natação (atual lago retangular). Ainda no campo esportivo, já na década de 1940, o Capitão Olavo Amaro da Silveira, instrutor da Escola Preparatória de Cadetes, junto com outros oficiais e civis, fundava a entidade que é hoje a Escola de Educação Física da UFRGS, tornando-se seu primeiro diretor.

Outro fato que o distingue pelo pioneirismo educacional no Estado é o de, entre 1915 – ano em que a primeira turma de alunos se formou – e 1938 – quando foi transformado em Escola Preparatória de Cadetes – seus formandos receberem também o diploma de “Agrimensor”, já saindo com uma profissão definida. Assim, o CMPA antecipou-se em mais de meio século à introdução do ensino profissionalizante na educação básica brasileira.

Colégio Militar de Porto Alegre Como Ingressar

O ingresso no CMPA se dá apenas por concurso público no 6º Ano (antiga 5ª Série) do Ensino Fundamental e no 1º Ano do Ensino Médio, desde que haja vagas no ano considerado.

Horário de Funcionamento Colégio Militar de Porto Alegre

  • Segunda a sexta das 07h30 ás 16h

Endereço e Telefone Colégio Militar de Porto Alegre

  • Av. José Bonifácio, 363 – Farroupilha – Porto Alegre – RS
  • Telefone: (51) 3094-7600

Outras informações Site e CNPJ

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