Comerciantes reclamam de prejuízos com falta de luz em Porto Alegre

Empresários e comerciantes de Porto Alegre reclamam dos prejuízos causados pela falta de luz na capital gaúcha. Alguns bairros já estão há mais de 40 horas sem energia elétrica, desde o temporal da madrugada de terça-feira (11).

Segundo as concessionárias de energia elétrica, 47 mil consumidores continuavam às escuras até as 21h desta quarta-feira (14). Destes, 30 mil na área de cobertura da Companhia Estadual de Energia Elétrica, 13,2 mil dos quais na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A CEEE também pontos sem energia em Camaquã (2,6 mil), Bagé (3,3 mil), Cidade Pelotas (3,9 mil) e no Litoral Norte (7 mil). Já a AES Sul 17 mil consumidores sem abastecimento, mas a situação já foi normalizada na Região Metropolitana. A RGE diz que o abastecimento voltou em toda a sua rede no final da tarde.

Com a falta de luz, comerciantes acumulam perdas. Em uma confeitaria da capital, o prejuízo aumenta a cada hora sem energia elétrica. “Todos os nossos produtos são perecíveis. Tudo estraga. Já colocamos um monte de coisas fora”, diz uma funcionária.

Para o comerciante Antônio Laitano, a situação é desesperadora. Dono de um minimercado, o comerciante também está tendo que colocar no lixo produtos como sorvetes, congelados e outros. “Nós pagamos contas altíssimas de luz aqui no bairro, mas quando se precisa não tem”, reclama.

Um salão de beleza do centro da capital manteve o atendimento, mas na calçada. Outros lojistas do bairro decidiram alugar geradores de energia para manter os negócios em atividade. “Temos um custo estimado de R$ 1 mil no gerador e mais no frete”, diz o coordenador de tecnologia da informação e uma loja, Márcio Macedo da Silva.

Quem não tem condições de adotar a mesma medida espera pelo retorno da distribuidora de energia. Dona de uma gráfica, a empresária Heloisa Ucha está correndo contra o tempo para tentar cumprir os pedidos. “Tenho 2 mil livros para entregar até o final de semana. Quem paga por esse prejuízo todo?”, questiona ela.





Sem luz, algumas estações do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) pararam de funcionar, interrompendo também o abastecimento de água. Sem luz e sem água, o proprietário de um restaurante decidiu dispensar os funcionários. “Hoje não tem condições de abrir”, resume o proprietário, Ermil Silveira.

A falta de luz e de água gerou protestos na capital. No início da manhã, uma rua do bairro Belém Velho foi bloqueada, na Zona Sul. Já na Zona Norte, moradores fecharam uma avenida e fizeram uma fogueira, no bairro Humaitá. Revoltados, moradores do bairro Ipanema, na Zona Sul, também bloquearam a Avenida Tramandaí no início da tarde pedindo uma solução. “Nenhuma equipe da CEEE veio para verificar ou dar uma satisfação. É um descaso total com quem paga seus impostos”, afirmou a empresária Fabiana Rodrigues.

Segundo o presidente da CEEE, a energia deve ser restabelecida nas próximas horas. Sobre as reclamações em relação a demora no atendimento, Sergio Dias afirmou que o grande número de pontos atingidos pelo temporal dificultou o trabalho das equipes. “Infelizmente, nesse tipo de ocorrência, é normal que o retorno da energia se dê em um tempo mais demorado”, afirma Dias.

O Ministério Público instaurou inquérito civil para apurar a demora da CEEE para restabelecer os serviços e a falta de informações da companhia aos consumidores. O Procon também notificou a companhia a apresentar, no prazo de 48 horas, explicações sobre os motivos do problema.

Para reclamar da falta de luz
CEEE: 0800 721 23 33
AES Sul: 0800 707 7272
RGE: 0800 970 0900
Aneel: 167 (atende de segunda a sexta-feira das 8h00 às 20h00)
Procon: Consumidores devem fazer uma reclamação fundamentada pelo site do Procon.

Fonte: G1





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